terça-feira, 30 de novembro de 2010

V Grande Prémio da Arrábida

No Domingo passado eu e a Otília participamos pela primeira vez no Grande Prémio da Arrábida, este ano em edição especial, prova organizada pela Associação de Atletismo Lebres do Sado.
O CLAC - Entroncamento, esteve representado neste evento por 10 atletas, companheiros de treinos e de muitos quilómetros que no dia 28 de Novembro tinham como objectivos em comum: Correr num ambiente de festa, desfrutar o mais possível da paisagem e após a prova recuperarmos as forças num rodízio de peixe, bem juntinho ao Sado.

A viagem até Setúbal deu-se sem grandes sobressaltos, chegamos a tempo do cafezinho, do levantamento de dorsais e ainda de trocar dois dedos de conversa com os amigos habituais.
O jardim escolhido como local de partida para a prova era bastante agradável e após um fraco aquecimento lá iniciamos mais uma epopeia, juntamente com cerca de 500 participantes (terminaram 486 atletas).
Esta prova tem uma particularidade, os primeiros dois quilometros são corridos dentro da cidade em ritmo de treino (ritmo marcado por duas lebres) o que possíbilita um bom ambiente e o convivio entre os atletas de pelotão. Após o abandono das "Lebres guias" cada um corre ao ritmo que quer ou pode.

Como no próximo dia 1 de Dezembro eu e a Otília vamos participar na meia maratona da Marinha Grande, tinhamos planeado correr esta prova na Arrábida em ritmo moderado, no início corremos todos em pelotão a um ritmo de 5'30''/km, depois segui na companhia do Marçal a um ritmo de 4'20''/km até a subida da cobra, seguiram-se 2 kms de subida (4'59'' e 5'22'') onde fui passando por vários atletas. O piso era em terra batida e a inclinação forte, lá em cima o castelo de Palmela esperava por nós. Por vezes vou olhando para a esquerda para o vale, a subida é dura mas consigo manter o mesmo ritmo, já na entrada da vila avisto os da frente na descida. Chegado ao topo viragem à esquerda, aproveito para recuperar um pouco a respiração, parece que as pernas já nem sabem correr. A descida é feita primeiro em paralelo e depois em alcatrão, o ritmo aumenta e um pouco mais à frente sou avisado por um companheiro de prova que iriamos virar à esquerda e efectuar uma descida à Almourol, só que sem pedras rolantes (A imagem dos Trilhos do Almourol veio para ficar), e pouco depois lá estava ela, devidamente assinalada por um sinal de perigo. A descida em terra batida é "manhosa" (descida da lagartixa), mas um trailer já está habituado a isto e bem pior, o ritmo nesta altura era na casa dos 3'50''/km e após a descida lá estava o famoso abastecimento de moscatel, servido por pessoal vestido a rigor. Confesso que nos momentos que antecederam a partida tinha pensado em beber um moscatel no abastecimento, mas depois de 9km nas pernas e embalado pela descida "manhosa", optei por seguir em frente.

O percurso depois fica plano, o piso em terra batida acaba e fica apenas o alcatrão que nos tráz de volta a Setúbal. Já a caminho da meta sou supreendido pelo Hugo Velez, que estava na bema da estrada a tirar umas fotos a malta que ia passando (Obrigado Hugo), corro a um bom ritmo (3'50''/km) e sigo até ao jardim de Vanicelos em Setúbal sempre abaixo dos 4'/km. Terminando com 57'43'' no 62º lugar da geral.
No final recebo a famosa garrafa de moscatel e uma t-shirt técnica bem bonita alusiva à prova, bem como água e um bolo típico da região. Pouco depois começam a chegar os companheiros do CLAC e claro que eu estava desejoso de ver a minha Otília, e não demorou muito para ela aparecer, como é habitual com um belo sorriso, como que a dizer "esta já está, venha a próxima". A Otília conseguiu acabar com 1h10'06'', sendo a 4ª veterana 1 (314º da geral)


Após todos terem terminado esta aventura com sussesso, fomos até ao local dos banhos, de banho tomado havia que recuperar as energias perdidas, o local escolhido foi um rodizio de peixe junto ao Sado e podem crer que demoramos mais tempo na mesa do que aquele demorado para correr os 12.500 metros de prova... 

domingo, 21 de novembro de 2010

23º Grande Prémio Atletismo ARCD Mendiga

Hoje foi dia de correr o 23º Grande Prémio Atletismo ARCD Mendiga, eu e a Otília às 8h30 já estávamos na sede do CLAC, no Entroncamento para nos juntarmos aos restantes atletas que nos iriam acompanhar.
A ultima vez que corri na Mendiga foi em 2002, nessa altura completei o mesmo percurso da prova em 56'25'', conseguindo o 22º lugar da geral. Passados 8 anos voltei à vila da Mendiga mas os objectivos eram diferentes.
 
A manhã estava chuvosa, mas as caras conhecidas de vários eventos estavam lá na mesma, não há chuva que afaste os atletas....
A organização tinha uma excelente feira de material desportivo e de artesanato local montada dentro das instalações da colectividade, foi um fantástico local de convívio, vários foram os amigos com quem troquei dois dedos de conversa, mas de todos destaco um colega de serviço que já não via há mais de 10 anos, o Paulo Teixeira (quem diria que depois de tantos anos nos iriamos encontrar numa prova de atletismo).
 
A conversa estava boa, mas o objectivo do dia era correr e passadas duas semanas sobre a maratona do Porto sentia-me recuperado para o desafio. A última semana de treinos tinha-me até corrido bastante bem, mas uma coisa são os treinos outra são as provas.
Embora me sentisse recuperado eu estava um pouco apreensivo, sem saber como haveria de abordar a corrida, se partisse demasiado rápido depois aos 10/12km o cansaço surgiria e a parte final da prova seria penosa e isso eu não queria.
 
Após o tiro de partida, sai na companhia do Marçal, o percurso inicial é fácil e o ritmo de corrida rondava os 4'/km, passagem aos 5km feita em 20'00'', o Marçal fica ligeiramente para trás e eu sigo inserido num grupo numeroso, tentando proteger-me um pouco do vento que teima em soprar.
O percurso aqui sobe ligeiramente, o vento soprava de frente e a temperatura estava a descer, tento manter o ritmo (embora já estivesse a ver que a coisa estava muito rápida), a parte mais difícil é a zona do retorno na localidade de Serra Ventoso, aqui as rajadas de vento são mesmo fortes e a chuva bate-nos no corpo como agulhas.
Já de regresso as condições climatéricas melhoram, o vento deixa de se fazer sentir (ou melhor soprava pelas costas) e o percurso que tinhamos feito a subir agora era a descer, o que deu para recuperar o fôlego. A passagem aos 10 km é assinalada com 40'20''.
As pernas reagiam bem, estava a conseguir manter a corrida na casa do 4'/km, a passagem aos 15km foi assinalada pela organização em 1h00'30'', já faltava pouco, era tentar manter o ritmo e fazer a última subida até a zona da meta.
O resultado final não podia ser melhor, consegui terminar a prova com a marca de 1h06'17 e o 120º lugar da geral, muito diferente do obtido há 8 anos atrás, mas acreditem que a satisfação foi bem maior. Só quem sabe pelo que passei nos últimos anos poderá compreender estas palavras.
 
A Otília terminou a sua primeira corrida na Mendiga, bem disposta e muito contente, com a marca de 1h22'39, alcançando o 361º da geral.
 
No final participámos no tradicional almoço, que teve como animação um conjunto de concertinas (foi 5 estrelas), depois assistimos à entrega de prémios e com muita pena nossa não fomos contemplados com nenhum dos prémios sorteados.... lá estaremos para o ano. 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

7ª Maratona do Porto ............. E já cá cantam três Maratonas!

A Maratona da Otília
Chega o tão ansiado fim-de-semana e lá vamos nós para o Porto. Excelente viagem com os meus companheiros do CLAC, fomos levantar os dorsais, os sacos e ainda conseguimos experimentar a massa party . Na mesa com os atletas das Lebres do Sado e da Barreira a conversa só girava em torno de trilhos e trails a Célia Azenha conta-nos as suas últimas aventuras.

Demos uma volta pela Expo Maratona fizemos umas compras e ainda deu tempo de ir levar uma massagem porque o meu gémeo esquerdo andava a preocupar-me, no fim fiquei mais descansada e aliviada. Conversamos com o Mestre dos Trilhos em Portugal o Moutinho que nos conta como vão os “Trails por Portugal”e também lhe damos informação sobre os nossos “Trilhos do Almourol “ a realizar no dia 3 de Abril de 2011.
O dia estava a passar depressa mas tínhamos de ir buscar mais uma atleta do CLAC, a Maria José, à estação de Campanhã. Chega a vez do Jantar no shopping de Gaia, mais uma vez “Massa”, a ansiedade crescia a conversa era sempre a mesma, Maratona e mais Maratona. Chega a hora de deitar. Nem sei como mas dormi muito bem! Às 6 da manhã já estavam todos a pé e lá fomos nós para o local da chegada da Maratona para irmos no transporte, que a organização disponibiliza para o local da partida, sempre encontrando muitas caras amigas e conhecidas dos trilhos ou da blogosfera. Saímos do autocarro e começa a chover, que chato nem dá para tirar as fotos para mais tarde recordar. Encontro o Fernando Andrade que já conta com 38 Maratonas é um espectáculo! Conseguimos que o José Carlos Fernandes nos tirasse umas fotos mesmo debaixo de chuva.

Dirigimo-nos para a partida desejando boa sorte uns ao outros, bate-se palmas à organização e a todos os atletas que ali estão ….. E PUM ouve-se o tiro, lá vamos nós, é uma grande moldura humana que ali vai a correr, pronta para se superar e se sentir especial. Eu sinto –me Especial (desculpem).

E lá vou eu…..é a minha 3ª Maratona sinto-me contente e orgulhosa por ter a coragem de ali estar, chegamos ao 1º km e olho para o meu garmin, M##…. tinha perdido o satélite não marcava os km senti-me também perdida! Só parando é que iria conseguir apanhar o satélite outra vez.

Parar não! (mas devia ter parado). Continuei, apanho a Célia que me incentivou a seguir, e lá fui aos 5 km (26’45) vou com o Joaquim Adelino que me diz que tem que reduzir um pouquinho passamos no local onde iremos chegar daqui a umas horas e desejo que já fosse agora somos aplaudidos muito efusivamente e nem só por estrangeiros. Chego à rotunda do Castelo do Queijo e começo a cruzar com os atletas da frente e lá vem o meu Brito com o Marçal é como um “dopping” para mim passarmos um pelo outro e gritamos um para o outro palavras de estímulo, a seguir vem o Henrique e o Oliveira e muitas outras caras que me chamam e me encorajam. Entretanto cruzo-me com a Joana que é estreante na Maratona e a Zé que já tinha feito uma Maratona em 2006 com uma excelente marca mas agora não está em tão boa forma.
Sou apanhada pelo Miguel Saraiva e outro atleta da Barreira e sigo com eles, mas o andamento vai rápido entre 5’15 e 5’25 digo-lhes que tenho que os deixar ir mas vou continuando com eles, irei pagar a factura mais tarde, paciência! Aos poucos vou ficando atrás deles, sigo depois com dois espanhóis que me apanham a água e me oferecem poweraid mas digo que não a minha barriga já não vai boa e tenho imensa vontade de fazer xixi desde os 10 km. Passamos a ponte Dom Luís e ainda me cruzo com o Luís Mota a quem grito (ainda tenho voz aqui), começo a ver à minha frente o Tigre é sinal que vou bem! Cruzo-me outra vez com o Brito que vai muito descontraído e feliz da vida na companhia do Marçal.

Vejo a Isabel e o António Almeida o que acho muito estranho ele estar ali e não a correr (mais tarde sei porquê, é lamentável por parte da organização) eles incentivam-me, não o deviam ter feito! E Já estou na Meia Maratona com uma 1’52’45!!!!!!!
Ai!Ai!Ai eu sei bem o que isto quer dizer! Vou reduzindo, a isso sou obrigada, o meu corpo já vai começando a dar contas do desgaste.
Aos 25km como banana e marmelada (MAU; MAU) não o devia ter feito, engasgo-me quase que vomito, já estou outra vez em cima da ponte Dom Luís e as cólicas aumentam, e a vontade de fazer xixi não passa, mas não tinha sítio para ir fazer!
Começo outra vez a cruzar-me com as caras conhecidas (esqueço-me do xixi) vou ainda chamando por eles começo a ver o meu Brito lá ao fundo e já me sinto toda rota, passo por eles já não grito, mas levanto os dois braços o Brito pergunta-me se estou bem e digo que sim não valia a pena dizer que me estava quase a “BORRAR”! Ele vai bem, o Marçal já ia de lado! Sei que por ali há vários muros começo a procurar um onde consiga ir quando vier na volta para cá! Passo o retorno dos 28 km, mais atletas vão passando por mim, chego perto de uns barracões e lá vou eu para trás dos muros aliviar-me! Foi mesmo um alívio, naõ aguentava mais! Mas via tantos atletas que estavam atrás de mim a passarem-me para a frente, o Renato Cruz, a Flor Madureira de quem eu trazia um bom avanço, nunca mais consegui chegar a eles! Mas lá fui, passei os 30 km, passei pelo túnel da Ribeira e chego ao empedrado (malvado) dá-me cabo do corpo todo.
Os km vão passando è espantoso! Eu vou sempre correndo, não paro nem nos abastecimentos, tento descontrair, mando o meu corpo descontrair mas ele não me obedece (insuburdinado) não consigo mesmo descontrair! CHIÇA! Mas Corro! Corro como se fosse uma tartaruga! Chego á subidinha dos 37 km (mais empedrado) fujo para o passeio e lá vem a recta interminável dos 38 e 39km a Dina Mota apanha-me, mas pára logo á frente com câimbras nos dedos dos pés! Mas logo me apanha outra vez, não a consigo acompanhar, sinto-me Triste, tão Triste, falta-me garra! Mas não consigo dar mais do que aquilo. Penso no avanço que tinha aos 25 km dela eram mais de 2 km e vejo aquilo que eu quebrei! Não compensou o esforço do inicio, fica a experiencia!
Começo a ouvir apitos é a Claque do Mundo da corrida são fantásticas, mas hoje eu já não tinha força para gritar com elas. Já estou na rotunda do Castelo do Queijo o vento estava de frente, era horrível quase não conseguia avançar mas agora também já nada me ia parar, estava quase, chego aos 40km e ainda me cruzo com os meus colegas de equipa o Henrique e logo atrás o Oliveira que vinha todo torto como eu, Íamos de lado, eles também tinham rebentado.
Só faltava a última subidinha no km 41 “MALVADA”, vieram –me a cabeça muitos impropérios conhecidos e acho que ainda inventei alguns, via ao longe, muito ao longe o pórtico e nunca mais lá chegava alguns atletas que já tinham acabado incentivavam-me, chego ao pé do Ricardo Bastos e queixamo-nos um ao outro como se valesse a pena.
Começo a avistar o Brito que já vem a gritar por mim, mas eu não tenho reacção, nem consigo falar, só tenho um enorme cansaço, mas lá forço mais um pouco e aumento o ritmo, oiço o Brito atrás ainda a gritar por mim, as pessoas vêem o nome no Dorsal e vão dizendo o meu nome e aplaudindo, começo a sorrir e já tenho força para me rir outra vez chego ao 1º pórtico e faço a curva vejo o Alcino (minha equipa) e a esposa, está quase! Agora sim estou no passeio da Fama! Vejo o relógio nas 4’03 e tal, e forço tento-me endireitar para a foto (não sei se consegui).
PRONTO ….FIM ….ACABEI, tenho a minha 3ª Maratona, em 4’3’34 chip e 4’4’08 oficial não baixei das 4h mas o ano passado tinha feito 4’10 por isso foi um pouquinho melhor, e verdade seja dita eu não tenho muito mais estofo para melhorar mais do que isto! É aquilo que posso, e já fico muito orgulhosa de mim própria. EHEHEH!

Agradeço a todos as palavras de carinho e incentivo que me deram durante e depois da prova. A todos um Bem Haja! E até á próxima!
Parabéns á minha equipa (fomos 9) que se portou muito BEM. Em especial para os estreantes. A única que não conseguiu acabar foi a minha amiga Mª José que ficou aos 35 km pois tinha um joelho muito inchado e muitas dores e foi aconselhada a desistir, eu sei bem o que isso lhe custou, porque desistir não faz parte dela, mas às vezes tem que ser, Maratonas há muitas! Venha a próxima!
NOTA: Fez – me muita falta o meu Garmin! E mais companhia pois fiz grande parte isolada. Ah, já me esquecia, mais força nas pernas também fazia jeito!
Saudações e até á próxima que deve ser em Sevilha.
Otília

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Como foi a minha 7ª Maratona do Porto

Vencidas várias semanas de treino (12 para ser mais exacto) eis que é chegado o fim-de-semana mais desejado.

No sábado, eu e a Otília (acompanhados por alguns amigos do CLAC) partimos pelas 11h00 do Entroncamento com destino ao Porto, depois viagem calma e de uma breve pausa, no Canidelo, para nos alojarmos, seguimos em direcção ao Palácio de Cristal, local onde se realizava a ExpoMaratona e o levantamento de dorsais (cá para mim são mais peitorais, mas adiante…). Este ano fomos mais cedo, para podermos ver com mais calma o ambiente que rodeia o evento. À entrada aproveitámos logo para uma foto (para mais tarde recordar).


Mal tínhamos chegado já estava a conhecer pessoalmente o Octávio Melo, que veio dos Açores e aproveitou para correr a mais participada Maratona de Portugal. A fila para levantamento dos dorsais estava pequena, havia que aproveitar e após alguns minutos já com o número na mão lá fomos levantar o kit de Maratonista, uma mochila com t-shirt, uma garrafa de vinho do Porto e alguns brindes, a entrega do kit foi feita pela excelente atleta Conceição Gare, ainda a tentei convencer a participar nos Trilhos do Almourol de 2011, mas respondeu-me que não podia ir a todas e que nessa altura estava a pensar em fazer uma prova de 100km!!!

Com o kit na mão, estava na hora de provar a massa oferecida na Pasta Party, mais uma vez a fila estava pequena, o que facilitou a tarefa. De tabuleiro na mão fomos sentarmo-nos na mesa onde estava a Célia Azenha, o José Carlos Pereira (ambos das Lebres do Sado), a Ana Paula e a Sílvia Coelho (ambas da Barreira). A conversa girava à volta da Maratona do Porto, mas também de Ultras, a Célia contava-nos as suas últimas aventuras numa prova de 115kms em trail, parece que a coisa depois de muitos kms até meteu umas aparições…

A conversa estava animada, era Freita para ali, era Alpino Madrileno para acolá, os caminhos de Santiago, Ronda e até os 100 de Mérida vieram à baila (haja pernas). Havia Maratonistas estreantes do CLAC na mesa, que com aquela conversa toda já se estavam a sentir mal…
Depois da barriguinha cheia, fomos visitar os stands da ExpoMaratona, os flyers da Maratona de Barcelona eram apelativos, os da Maratona de Madrid também (esta está nos planos, vamos ver como estarão as finanças), a UMA (Utra Maratona atlântica) também marcou presença, alguns stands de material desportivo ou ligado ao desporto (onde acabámos por comprar algumas lembranças relativas à prova) e lá estava o stand da EMMA (massagens), o mais procurado pelos atletas do CLAC, alguns até dizem que CLAC é Clube de Lesionados e Amigos do Copo, mas isso são as más-línguas eu penso que é CLube de Alta Competição.

Como a maior parte dos atletas na véspera da prova fica cheio de dores de pernas, efeito meramente psicológico e derivado da diminuição de kms na semana que antecede a Maratona, aproveitou logo para uma massagem (quanto mais não fosse fazia o efeito placebo…), até eu aproveitei para fazer uma descompressão de coluna (na zona lombar), mas nas pernas na véspera da prova não, aí ninguém toca…

Durante a tarde fomos encontrando vários amigos destas andanças, o (estreante) Miguel Saraiva (parabéns Maratonista) acompanhado da Sara, o Vítor Dias (que estava com pressa, pois ia para uma sessão fotográfica), o Luís Mota (sempre sorridente), o José Moutinho (com que conversámos sobre trilhos e trail), o Ricardo Batista (com que trocámos votos de boa sorte para a prova) e outros que apenas vimos à distância.

Da comitiva do CLAC apenas faltava a Maria José, que apenas chegou a Campanhã às 21h00, e nós lá estávamos para a receber, depois da equipa completa havia que escolher uma zona comercial para fazer a última refeição de massa. Atravessamos o Douro e pouco depois já estávamos perdidos, pedimos socorro a um habitante da margem sul (de Gaia, claro está…) que amavelmente nos guiou até ao Arrabida Shopping.

As vistas no Shopping eram bastante agradáveis, mas o que nós queríamos mesmo era comer macarrão (ou seja hidratos de carbono). Mais uma vez com a barriga cheia de massa, toca a andar em azimute para a cama. Meia-noite e meia já estava esticado pronto para uma curta noite de sono.

Um pouco antes das 6h00 já o despertador estava a mandar levantar, mais um reforço de hidratos (2 croissant com marmelada e meia barra Isostar), 7h20 e lá fomos nós para a zona do Parque da Cidade, local da chegada e onde iríamos deixar a carrinha. Mais uns cremes manhosos nos joelhos e vaselina nas zonas de maior fricção, meias de compressão, fato de treino e estava pronto para apanhar o autocarro que nós levaria até ao local de partida. Durante a viagem começa a cair uma chuvinha molha parvos (mas eu estava dentro do autocarro…), todos ficámos com a ideia que a Maratona ia ser corrida com chuva, no local da partida também havia chuvinha molha parvos (e agora eu já estava a apanhar com ela…) mas mesmo assim do mal o menos pois não fazia vento.

O ambiente era de festa, no meio de tanta gente encontro o José Carlos Fernandes (que foi o nosso fotógrafo de serviço), tempo ainda para trocar algumas palavras com o Fernando Andrade, o Renato Cruz e o Joaquim Adelino.


Estava quase na hora da partida e o aquecimento tinha sido nulo, entrego o saco com o fato de treino à organização e dou uma volta ao jardim próximo da zona de partida, aproveito para aliviar… e dirijo-me para o controlo de entrada na zona de Maratonistas. Não procuro um local muito à frente, mas sim um local que me permita partir sem grandes confusões, junto a mim estão os companheiros do CLAC, o Francisco Primo e os estreantes Alcino Nunes, Marçal Silva, Henrique Narciso e José Oliveira, um pouco mais atrás o Otília acompanhada da Maria José e do estreante Joana Chachucho.

Após o visionamento de um curto vídeo, sobre a Maratona do Porto, cerca das 10h00 foi dado o tiro de partida da 7ª Maratona do Porto.

Tinha combinado com o Marçal que seguiríamos juntos até ao muro… depois cada um seguiria no ritmo que conseguisse, e assim foi.

Partimos juntos e tivemos a companhia no 1º km do Alcino e do Primo, na subida inicial vejo o Vítor Veloso do outro lado a chamar por mim, faço sinal e seguimos em frente num ritmo fácil. Já na Av. da Boavista e com o terreno ligeiramente a descer o ritmo acelerou, mesmo indo rápido sentia-me bem, fazemos o 1º retorno e cruzo-me com a Otília, faço sinal que está tudo bem e sigo (abaixo dos 4’30’’/km) até aos 10km onde passámos na companhia do Zé Agostinho da Barreira com 45’50’’. Estávamos a andar claramente mais rápido do que tínhamos planeado e isso na Maratona paga-se nos kms finais, entretanto o grupo passa a ter 4 elementos, o estreante Vítor Veloso vem da retaguarda e entra no grupo, também ele nos diz que está a andar mais rápido do que tinha pensado. Lá vamos indo, sinto-me descontraído, observo o rio Douro, a Ribeira o ritmo é agora na casa dos 4’40’’/4’35 por km, passagem aos 15km em 1h09’09’’. Entramos numa zona ligeiramente a subir em paralelo, o Marçal reclama do piso mas não há nada a fazer, atravessamos o túnel da Ribeira e passamos a Ponte D. Luís, agora já estamos na zona da Afurada, o piso é novamente de paralelo, vamos para o passeio para fugir ao empedrado, nessa altura os primeiros atletas (quenianos acompanhados pelo português Paulo Gomes) cruzam por nós, já estão de regresso. Pouco depois lá vem o Luís Mota, grito umas palavras de incentivo e prossigo, um pouco mais à frente está o António Almeida e a Isabel a gritar por nós (que pena o António não ter corrido esta Maratona), uma pose para a foto (obrigado Isabel, sabe tão bem ter uma recordação).
e lá vamos nós até à meia maratona, com passagem um pouco abaixo das 1h39’, entretanto o Zé Agostinho já se tinha atrasado, eu o Marçal e o Vítor fazemos contas e percebemos que estamos a correr para um tempo na casa das 3h20’, mas o muro dos 35km é que vai dizer qual o tempo final, pouco depois cruzo-me com a Otília que aparenta facilidade na corrida.

Procuro não me esquecer da táctica aprendida com a “lebre” José Carlos Pereira, depois da meia procurar manter o ritmo até aos 25km, chegar aos 30km com dignidade, depois só faltam 12kms e pouco. E foi o que nós fizemos, chegámos com dignidade aos 25km e aos 28 kms o Vítor decide acelerar, nós (eu e o Marçal) mais prudentes decidimos manter o ritmo, nesta altura 4’45’’/km. Chegámos aos 30km em 2h20’, se conseguíssemos fazer 12.195 metros numa hora, fazíamos uma marca abaixo das 3h20’, o objectivo era correr abaixo dos 5’/km, pois o último km da maratona tem mais 195 metros.

Cruzo-me novamente com a Otília, noto que já não vem tão fresca, o ritmo caía agora para 4’50’’/km (mesmo assim dentro do objectivo), aos 31km entramos novamente no túnel da Ribeira, novamente a zona de empedrado, depois uma ligeira descida, havia que guardar forças para a parte final (ligeiramente a subir). Passamos o abastecimento dos 35km, digo ao Marçal que vou manter este ritmo e se ele quiser que vá. Ele diz sentir-se bem e passa para a frente, ganha-me cerca de 20 metros mas fica sozinho, pouco depois aos 37km já na subida encosto-me a ele e sigo no meu passo, faço esse km em 5’01. O vento agora sopra forte e de frente, faltam 5km para a meta, muito ainda pode acontecer, o 39º km é uma recta interminável sempre com vento contra, sinto-me bem, estou confiante, vou passando muitos atletas, ainda consigo correr a 4’45’’/km.

Ao fundo já vejo a rotunda do Castelo do Queijo, à minha frente vai a Carmen Pires, passo a Carmen e sigo para a marca dos 40 kms, o vento não pára, cada vez está mais forte, mesmo assim mantenho-me abaixo dos 5’/km (4’55’’), faço o retorno e depois dos 40km o vento é favorável, cruzo-me pelo Marçal, que me grita palavras de encorajamento, o mesmo se sucede com o Zé Agostinho que vem um pouco mais atrás. Estou novamente na rotunda e tenho à minha frente a super veterana Conceição Gare, entramos na longa recta que nos leva ao Parque da Cidade. Agora já sem vento sinto-me bem e consigo acelerar um pouco, 41º km em 4’45’’, procuro perceber como está o meu corpo e faço o 42º em 4’40’’.

Nos últimos metros o público puxa por nós, o ambiente é fantástico, olho para o Garmin e vejo 3h18’, procuro correr rápido para terminar abaixo das 3h20’, sem contudo ir muito para lá dos limites, pois não quero terminar esgotado. Entro na última recta e lá está ele o cronómetro oficial, procuro tirar gozo do momento, e ainda passo alguns atletas para terminar com 3h19’44’’ (chip) e 3h20’09’’ tempo oficial, muito melhor do que eu poderia ter pedido e imaginado, se me dissessem no início que iria fazer abaixo das 3h30’ já ficava satisfeito, abaixo das 3h20’ devem de imaginar…

Menos 20’ que no ano passado, http://connect.garmin.com/activity/56096274
Tinha terminado mais uma Maratona e acima de tudo tinha conseguido chegar bem, não me sentia esgotado, não tinha tido cãibras, nem arrepios, enfim foi melhor que a encomenda.

Após uma breves palavras com os colegas que já tinham chegado (parabéns Alcino, 3h11 na estreia é de campeão) sigo para a carrinha para mudar de roupa e rapidamente abastecer a máquina, para não me acontecer o mesmo que nos 20kms de Almeirim. Depois fui esperar a Otília que consegui terminar a sua 3º Maratona, retirando cerca de 6 minutos ao tempo do ano passado.

Por hoje é tudo.

Agora é descansar e pensar no próximo desafio.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A 7ª Maratona do Porto já está, venha a próxima

No Domingo passado eu e a Otília participámos, mais uma vez, na Maratona do Porto.
Este ano na 7ª edição, conseguimos levar mais uns amigos do CLAC, inscritos eramos 10, mas por razões de saúde apenas 9 estiveram presentes na linha da partida.

Neste momento ainda estamos a digerir as emoções provocadas por ter terminado mais uma Maratona.
Para breve seguem os relatos da experiência vivida e dos altos e baixos de fazer a Maratona. Por agora apenas dizer que terminei a prova em 292º lugar da geral com 3h19'44 (chip) 3h20'09 oficial, muito melhor do que eu poderia imaginar.

(Na passagem pela Afurada, na companhia do Vítor Veloso e do Marçal Silva, foto Isabel Almeida)

A Otília conseguiu terminar a prova, com uma partida rápida e uma passagem algo exagerada na 1ª meia maratona, veio a ter problemas abdominais na 2ª meia (obrigada a uma paragem estratégica) e assim hipotecou o grande objectivo de fazer a Maratona abaixo das 4 horas (mesmo assim menos 6 minutos do que em 2009).
Terminou a 3ª Maratona em 875º lugar da geral, em 4h03'30 (chip) 4h04'08 oficial.

(Na passagem pela Afurada, foto Isabel Almeida)