terça-feira, 27 de abril de 2010

Free Running na serra da Lousã - AxTrail

No passado Domingo parti rumo ao Casal de S. Simão (aldeia de Xisto) local que foi ponto de encontro para um grupo de amigos se reunir e partir rumo a Góis, num autocarro cedido pela câmara de Figueiró do Vinhos, para mais um mega treino. Toda a organização do treino foi da responsabilidade do Fernando Pinto, mentor do circuito de trail Aldeias de Xisto (AX Trail) e esteve tudo 5 estrelas.

Do grupo faziam parte alguns amigos destas andanças, o já mencionado Fernando Pinto, o José Moutinho, os Abutres Vitorino Coragem e Pedro Caetano, o José Carlos Fernandes (desta vez sem a Pintas) e outros companheiros que não conhecia mas que também estão habituados a estas andanças, resumindo 11 "aventureiros" ou seja malta que gosta de correr e estar em contacto com a natureza.

Para mim o treino foi excelente, mas foi mais duro que o treino da Freita, provavelmente devido ao forte calor, pois o treino começou depois das 10h00 e o dia esteve bem quente.

Os trilhos e estradões que percorremos, ora a subir ora a descer, as aldeias de xisto por onde passámos, as paisagens com os cheiros a campo, o som do chilrear dos pássaros e dos ribeiros a correr, a água límpida das das cascatas, a paragem no Ti patamar para um reforço alimentar, a companhia, foi tudo muito bom.

Já com 37 km com mais de 6 horas nas pernas de sobe e desce comecei a senti-me sem energia na subida para Gondramaz, é das zonas mais bonitas do percurso, mas também das mais duras, foi bem difícil trepar por aquele trilho e com não conhecia o que faltava foi melhor parar por ali.

O grupo já havia perdido 2 elementos na Lousã, em Gondramaz perdeu mais 3 ficando reduzido o grupo inicial a 6 elementos que teimavam em prosseguir até ao fim.

Agradeço ao Pedro Caetano dos Abutres a amabilidade que teve em conseguir um transporte que nos foi buscar a Gondramaz e posteriormente por me levar até Casal de São Simão, local onde tinha o meu carro.

Após o treino regressei a casa e já depois das 21h00 não resisti em telefonar ao Moutinho para saber como tinha corrido o resto do treino, do outro lado a resposta foi que em Ferrarias de S. João mais 3 elementos tinham ficado pelo caminho, mas que ainda havia pessoal nos trilhos da serra.

O Vitorino Coragem, o Fernando Pinto e o José Carlos Fernandes continuavam a correr em direcção ao Casal de S. Simão (este pessoal é mesmo duro) no dia seguinte venho a saber pelo fórum que terminaram já perto das 22h00, completaram 62 km em cerca de 11 horas.

Os resistentes que correram de Góis até Casal de São Simão efectuaram

Subida total positivo 3637.00metros
Descida total negativo 3916.00 metros
Tempo util de treino 8.45 horas
paragens: 2.25 horas Almoço no Ti Patamar e outras.

São sem dúvida, atletas com grande capacidade de sofrimento e que se apresentam aptos para participar na Ultra Trail Serra da Freita, quanto a mim penso que tenho de treinar mais...

Nota: A grande revelação do treino foi sem dúvida o Guru Vitorino que se mostrou um mestre na técnica dos bastões

Segue o link de algumas fotos que fui tirando ao longo do treino e também do Pedro Caetano

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ax Trail Lousã

No Domingo passado eu e a Otília fizemos a nossa estreia circuito AxTrail, mais concretamente na prova da Lousã e apenas posso dizer que a coisa meteu água, muita água.
Do Entroncamento fomos 8 atletas (a febre do trail começa a sentir-se) e no final da prova todos tinham Estórias para contar, uns com mais quedas, outros com menos, mas todos estavamos contentes por termos terminado mais uma prova de trail.

Adorei o percurso, um pouco mais de 14km, um pouco perigoso dirão alguns mas quem quer fazer provas de Trail e sair do alcatrão tem que perceber que existe um certo risco nesta actividade. Se já temos uma ideia do que nos espera e mesmo assim nos inscrevemos é porque concordamos com as regras.

Voltando ao percurso, muito bom, piso muito técnico e escorregadio, tive mesmo para virar o boneco na zona dos castanheiros, depois a zona do rio também bastante escorregadio, mas acreditem que consegui chegar ao fim sem cair (o que não aconteceu no freerunning da Freita) terminando com com 1h59'59'', no 14º lugar, 4º Vet 1.

A Otília terminou em 57º lugar da geral e 3º lugar em Veteranas com o tempo de 3h03'24''.


Mais fotos Aqui

Saudações Trailianas
José Brito

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Nós fomos à Freita...e em Junho vamos voltar

Obrigado Moutinho, por estes dois dias.


Queria agradecer também a todos os companheiros de aventura a companhia e apoio nestes dois dias de Free Running na Serra da Freita, local que não conhecia mas que fiquei a adorar.


Agradecimento especial ao Altino, por ter tomado conta dos juniores e por ser o motorista de serviço, à Dina e Marido, obrigado pelo alojamento e pelas refeições que foram "dignas de Deuses".


Mas vamos ao que interessa.
Já no ano passado a Otília e Eu tínhamos pensado em fazer a UTSF, mas à última da hora pensámos que não estaríamos suficientemente preparados e acabamos por roer a corda...


Fomos acompanhando a prova à distância, vimos as fotos, falámos com alguns amigos que participaram no evento e cada vez mais a vontade de participar aumentava, só que este ano a distância seria superior (70km).


Época de 2009/10 teve início, no primeiro ciclo de treino preparámos a participação na Maratona do Porto, no segundo ciclo a Maratona de Sevilha e no terceiro ciclo iniciámos a época de provas de trail, para começar fomos aos Alvados, Sicó e Trilhos do Pastor, pelo meio tivemos o Almourol (na organização) mas que serviu para colocar alguns kms nas pernas, durante a abertura de trilhos, nas marcações e depois na limpeza, aproveitámos ainda um freerunning em Gondramaz, organizado pelos amigos "Abutres" (que adorámos), mas quando falávamos com companheiros que já correram na Freita, procurando obter informações e comparando a UTSF com os eventos onde participávamos as respostas eram sempre as mesmas:

  • "impossível comparar a UTSF com outra prova";
  • "A Freita é outro mundo";
  • "A Freita é duríssima";
  • "Tens que atravessar um rio"
  • "Mesmo no Verão, está sempre frio e nevoeiro"
  • etc
Tudo respostas motivadoras... e que mostravam que a Freita seria um local a respeitar.

Quando apareceu a oportunidade através do Fórum "Mundo da Corrida" de conhecer a Freita, através deste free running, não exitámos.

Era desta que íamos ver se realmente era tão duro como diziam. Seriam dois dias no parque de campismo do Merujal para realizar dois treinos de 35km + 35km

Sexta-feira, pelas 10h00 demos início ao treino de 35km (éramos 19 aventureiros), estava um ligeiro chuvisco, mas nada que nos fizesse parar, primeiro uma passagem pelo planalto,



depois uma aldeia que não recordo o nome, passagem pela porta do inferno, pelo trilho do carteiro com visita às minas de volfrâmio, depois paragem em Rio de Frades para o reforço alimentar.


Em seguida já de barriguinha cheia, chega o momento de entrar no rio...

Só que o rio tinha mais corrente que o esperado, o nível da água (segundo o Moutinho) estava 0,5 metros mais alto.Todos queriam o rio, mas havia um certo receio pois não se sabia bem o que iríamos encontrar.

Como normalmente acontece quando estão alguns trailers reunidos imperou o bom senso e toca lá para dentro.

A corrente era forte e a pedra escorregadia, não vi nenhuma truta naquela água límpida mas vislumbrei alguns "Abutres" a lutarem contra a corrente, alguns mesmo a irem na corrente....

Com mais ou menos dificuldade, com mais ou menos esfoladela todos nos unimos e ajudámos para juntos conseguirmos superar o rio, o espírito do grupo ficou fortalecido por tamanha proeza e lá seguimos esperando por novos desafios.

Em seguida passámos por mais uma aldeia e entrámos num trilho espetacular, todo feito de lajes com uma vista magnífica à nossa direita, passagem por mais uma aldeia e novo trilho que nos levaria até a Drave (desta aldeia não esqueci o nome...)

À entrada da Aldeia sem habitantes, está um cruzeiro, uma ponte e bastantes casa bem preservadas, existe ainda uma capela e um solar.

Em seguida demos início a uma subida (mais uma) e depois entrámos num estradão que em forma de zig zag descia até Gourim, aldeia também abandonada.

Depois de uma descida algo técnica devido ao piso escorregadio, percorremos um trilho junto a uma linha de água, a qual tivemos de transpor antes de dar início à subida final, a famosa subida da garra.

Quando abordámos a subida já eram 19h00 (cerca 9h00 de treino) o dia estava a arrefecer, começou a ficar nevoeiro, chuva e vento. Quanto mais subia mais frio sentia, o vento aumentava e o fim do trilho nunca mais aparecia. Por fim lá chegámos já depois das 20h00, os minutos em que ficámos a aguardar a carrinha foram poucos, mas foram os suficientes para gelar ainda mais, quando entrei na carrinha não conseguia parar de tremer.

Tínhamos feito 35km em 10h00, o que deu a magnífica média de 3,5km/h,nunca tinha treinado tão lento, nunca tinha treinado 10h00, nunca tinha ido à Freita.

A viagem correu bem e pouco depois já estávamos a tomar um banho bem quente a que se seguiu uma magnífica refeição, onde a boa disposição foi a nota dominante, várias histórias contadas pelo Moutinho e outras tantas pelo Vítor Ferreira.

Durante toda a noite choveu, o que fazia antever um dia de sábado difícil.

Sábado de manhã, a chuva não parava, tomámos o pequeno almoço, tivemos tempo ainda para contar algumas histórias, e lá fomos nós para nova aventura.

O grupo era mais reduzido (6 trailers) e dadas as condições climatéricas (e não só ) fez com que o Moutinho anunciasse que o treino iria ser apenas de 15km.

Começámos junto as Torres eólicas (nº13), pelas 11h00 e descemos o trilhos dos Incas (sem palavras, simplesmente espetacular) passámos por mais algumas povoações que não sei o nome, subimos uma calçada romana que nos levou a outro parque eólico, onde apanhámos um estradão e em seguida uma descida super radical (não sei como o Moutinho consegue), mais umas povoações, umas linhas de água, nova descida (não tão radical) e pouco depois (pelas 15h00) já estávamos em Manhouce, local onde terminou o treino. Foram 4h00 que soube a pouco.

Regressámos ao parque para um banho e um almoço (17h00) recuperador.

Quero mais uma vez agradecer a todos, em especial ao Moutinho pelo excelente fim de semana Free Running.

A ideia com que fiquei foi que a Freita é tão dura quanto bela. Nós estivemos na Freita e em Junho vamos voltar

Nota: A partir deste momento tudo aquilo que pensava saber sobre trail tem de ser reconsiderado.

Aqui estão algumas fotos da nossa aventura http://picasaweb.google.pt/jcbrito69/FreeRunningSerraDaFreita2E3Abri2010#