terça-feira, 30 de outubro de 2012

20 km de Almeirim - 2012

28- 10-2012

Este ano os EntroncamentoRunners voltaram a Almeirim para correr os já famosos “20 km de Almeirim”, a prova serviu principalmente para preparar a Maratona de Lisboa, fazer uma sessão de corrida ligeiramente mais rápida que o habitual e em alcatrão. Nos últimos 6 meses temos treinado essencialmente em trilhos e estradões de terra batida, a última prova de estrada foi a Maratona de Barcelona, no já longínquo mês de Março, por tudo isto estávamos um pouco apreensivos no regresso ao alcatrão.
 
Para esta prova eu não sabia bem qual o ritmo que deveria escolher, mas correr abaixo da 1h30 já seria bom.
 A partida foi calma e sem grandes confusões (já me tinha esquecido dos teimosos que continuam a partir lá na frente a ritmos de 6’/km…) o ritmo inicial foi dentro do que tinha previsto, mas como me ia a sentir bem lá fui indo. Fui passando alguns colegas, o ritmo rondava os 4'15/km e estava a sentir-me bem. Depois da volta inicial dentro de Almeirim viramos na direção de Alpiarça, aqui sentia-se algum vento contra, tentei manter o ritmo sem me desgastar muito, neste momento seguia acompanhado por um atleta da Casa de Benfica de Abrantes que corria num ritmo muito idêntico ao meu e me acompanhou até ao final.
Passagem aos 10 km com 42’30’’, as sensações eram boas, mais um pouco e já estávamos a fazer a subida para o retorno junto à barragem dos Patudos, no regresso vou passando por amigos que me vão incentivando e já depois da rotunda cruzo com a minha Otília que vem na companhia do colega de clube António Paixão, percebo que vem descontraída e aceno-lhe.

No regresso a Almeirim procuro manter o mesmo ritmo sem grandes exageros, mas ao chegar ao 17º km tomo a decisão de tentar correr um pouco mais rápido, o que consegui até final, terminando mesmo com um km final na casa do 3’58’’/km (mas aquela reta da meta nunca mais acabava….) e concluo no 186º lugar com um tempo final de 1h25’27’’ (1h25’01’’ no meu garmin) http://connect.garmin.com/activity/238077492.
No final estava contente com o resultado alcançado, ainda na zona da chegada troco algumas palavras com companheiros das provas de trilhos e todos dizíamos o mesmo… aqui é outro ritmo.

Pouco tempo depois aparece a Otília, que também está a preparar a Maratona de Lisboa, com um sorriso de orelha a orelha pois tinha terminado com 1h43’53’’ (1h43’23’’ no garmin).
 
Segundo ela “Um regresso às provas de estrada nos 20 km de Almeirim, estava com receio pois não tenho feito treinos para estas provas. Assim parti com calma e com cabeça e acabei por fazer melhor tempo do que a última vez que lá tinha ido há 2 anos atrás, o que me deixou muito contente 1h43’23’’ (o meu registo tempo), uma prova muito confortável sempre com ritmo certinho e a sentir força mesmo nos últimos kms agora só resta continuar a treinar......!
Foi muito rever amigos do alcatrão...eheheh!”
 
Depois veio o banho e a famosa sopa da pedra, que este ano consegui saborear ao som de uma “banda latina”, ainda consegui trocar algumas palavras com o António Almeida e a Isabel, bem como com alguns colegas que já não via há alguns anos (e não estou a exagerar).
Sobre a organização da prova, penso que estiveram bem, com abastecimentos regulares, suficientes e com um bom grupo de voluntários. A festa no final também é muito boa, com bailarico e tudo.

O único aspeto menos bom, foi a “algazarra” nos momentos antes da partida, uma barulheira em que ninguém percebia nada, com um som exageradamente alto e com um animador que deixa muito a desejar no que a um evento desportivo diz respeito…
ue lá tinha ido à 2 anos atrás, o que me deixou muito contente 1'43,23 (o meu registo tempo), uma prova muito confortável sempre com ritmo certinho e a sentir força mesmo nos últimos kms agora só resta continuar a treinar......!
Foi muito rever amigos do alcatrão...eheheh!

domingo, 21 de outubro de 2012

2ª RedCrossTrail - Maiorca - 2012

Os EntroncamentoRunners deslocaram-se no passado Domingo, 16 de Outubro, à Vila de Maiorca, concelho de Figueira da Foz para participar mais uma vez no RedCross Trail, prova na vertente de Trail organizada pela delegação da Cruz Vermelha local.
Este ano o evento apresentou duas distâncias, uma de 21 km (K21) e a prova principal na distância de 42 km (K42), ambas com partida no areal da praia de Quiaios e términus junto ao moinho de vento no Parque do Lago em Maiorca.
O dia amanheceu com chuva, e até pouco antes da partida parecia que tinha vindo para ficar, mas pelas 9h30 houve uma paragem que foi aproveitada pela organização para dar a “buzinadela” de partida.
A centena de atletas presentes percorreram um quilómetro inicial no areal e em seguida iniciaram a subida que os levou ao estradão que estava bastante enlameado, nesta fase inicial o peso das sapatilhas era enorme devido ao barro agarrado o que dificultava a progressão.
 
 
Na parte inicial ainda tive a oportunidade de trocar algumas palavras com o Tiago Dionísio sobre a data dos “Trilhos do Almourol”, segundo ele em princípio em 2013 lá estará novamente. Obrigado Tiago pela confiança.
Depois de muito subir deixámos o estradão, nesse momento vou correndo na companhia dos amigos Vitorino Coragem, Aníbal Godinho, Carlos Sousa e Ana Grosnik, os trilhos não muito técnicos, mas temos de ter atenção devido à lama.
Passagem rápida pelo primeiro ponto de abastecimento e toca a correr, pouco depois algumas dúvidas num trilho que apresentava poucas fitas, mas optámos por seguir em frente e em seguida começámos a ver atletas vindos da nossa esquerda, pensámos que eles se tinham enganado e que tinham cortado caminho (ou então nós tínhamo-nos enganado e percorrido alguns kms a mais), mas afinal não, nessa altura as duas provas (K42 e K21) utilizam o mesmo trilho. Na altura ficámos confusos, pois não sabíamos se estávamos enganados, mas lá seguimos corremos junto dos atletas que partiram 30 minutos depois, nessa altura tinhamos cerca de 12 km corridos e os do K21 estavam no 6º km.
O trilho tem uma vista espetacular sobre o mar, mas não nos podemos distrair, pouco depois já estamos no miradouro da “Bandeira”, em seguida entramos num estradão a descer que deu para ultrapassar muita gente.
Viragem à esquerda e um novo trilho com mais lama, foi necessário seguir com calma e com a ajuda das mãos agarrando algumas árvores para não cair, sigo agora atrás dum grupo de atletas do K21 onde se encontra o meu colega João Dias, na primeira oportunidade (numa subida) ultrapasso-o e sigo em direção às eólicas.
Ao ver o fotógrafo não esqueço a promessa que havia feito à Otília de sorrir.
Nesta altura opto por seguir num ritmo não muito forte, sabia que ainda faltava muito e como na semana anterior tinha tido um grande “empeno” na Serra De Arga tinha que ter calma.
Passagem pelo segundo ponto de abastecimento e ainda vou a tempo de ver o Maçarria do Benfica da Figueira da Foz a ser picado por uma vespa, poucos depois dá-se a separação dos dois percursos (K42 e K21), seguimos pelo estradão da direita, uns metros mais à frente uma queda do Maçarria sem consequências e uns kms mais à frente numa viragem à direita escorrego eu e vou ao chão, não é nada de grave, lavo as mãos numa poça de água e sigo, mais à frente cerca dos 20 km nova queda do Maçarria, aparentemente sem consequências.
Vou prosseguindo, agora a subir e aos 24 km somos presenteados por uma vista sobre o rio Mondego que nos faz pensar o porquê de andarmos metidos nestas corridas.
O percurso não oferece dificuldades, o ritmo de corrida é controlado, mas ao chegar aos 27 km, aparece-nos uma “parede” com piso escorregadio. Vou subindo agarrando a vegetação rasteira de forma a não cair para trás, a inclinação é brutal, mas a maior dificuldade é mesmo o piso.
Ao chegarmos ao topo temos o terceiro posto de abastecimento, nesse momento sou alcançado pelo Aníbal Godinho, que abastece e segue, eu demoro um pouco mais no abastecimento e parto no seu encalce, passamos a povoação de Vila Verde e entramos num trilho que sobe ligeiramente. As maiores dificuldades já tinham sido passadas, agora era gerir até ao final, mantendo um bom ritmo para terminar esta aventura.
Mesmo no final ainda tivemos a companhia da chuva, uma passagem por um túnel ferroviário abandonado e pelo último posto de abastecimento.
Após 4h46:08 de corrida, e 42 km nas pernas cortei a linha de meta no 21º lugar, desta vez com um sorriso na cara, para compensar a foto da chegada na Serra de Arga.
A Otília chegou mais uma vez com um sorriso que até faz pensar que isto é fácil. Terminou em 64º lugar, na companhia do colega Felício, com 5h53:49.
 
Resta-me dar os parabéns à organização, em especial ao amigo Jorge Freitas, pelo trabalho desenvolvido.
Na minha opinião uma prova não muito difícil (a manter neste nível) em que o percurso deste ano é muito mais interessante.
 
Saudações Trailianas

sábado, 13 de outubro de 2012

Grande Trail Serra D’Arga - Maratona de Montanha (45 km)

Obrigado Carlos Sá, parabéns pela prova e pela aventura que nos proporcionaste

Esta era a prova mais esperada por nós, após na 1ª edição no ano passado ter sido interrompida aos 21 km na localidade de S. Lourenço da Montaria por razões de segurança.
Partimos no sábado rumo a Caminha na companhia do colega de clube José Oliveira e a sua esposa Luísa, chegámos ao local de levantamento de dorsais e havia muita cara nova nestas andanças, o norte fervilha de novos atletas rendidos ao trail. Depois de uma breve visita à feira de material de trail ainda fomos a tempo de ouvir a palestra do Marco Olmo, embora o homem não falasse muito foi de fato impressionante ver a sua simplicidade e a sua filosofia de vida.
Após ouvir as recomendações do Carlos Sá, sobre a prova, seguimos para os alojamentos turísticos Camarido, este aldeamento efetuou um parceria com a organização, possibilitando dormidas a um preço bastante acessível e nós sabendo das dificuldades que iriamos encontrar, optámos por fazer uma boa noite de sono, o local não podia ser melhor.
No dia “D” levantámo-nos às 6h00, tomámos o pequeno almoço e partimos para Dem, local de partida do Grande Trail Serra D’Arga. Pouco depois das 7h00 já estávamos prontos para fazer o controlo inicial e partirmos à aventura.
A partida foi dada à oitava badalada do sino da igreja, os primeiros 3kms são feitos em subida, o 1º km por estradão mas logo em seguida inicia o trilho de pé posto. No início vamos encontrando muitas caras conhecidas e aproveito para pôr a conversa em dia, quando chego ao 1º abastecimento (3km) encontro-me junto da Susana Simões (vencedora feminina), junto a ela vai a Cristina Carvalho e a Júlia Conceição, opto por seguir junto a elas e observar a “luta”… a Susana corre com uma leveza que faz inveja, o Telmo Veloso e o Pedro Marques vão dando apoio e assim vamos progredindo serra abaixo. Na descida passamos por manada de cavalos selvagens, sinto-me fresco e feliz. Na passagem pelo abastecimento do Mosteiro de São João de Arga a Susana foge um pouco, optei por seguir num ritmo mais consentâneo com o meu nível pois ainda faltava muito.
Em seguida vem o troço junto ao rio Âncora, o piso estava bastante escorregadio, mas consegui transpô-lo sem cair ou escorregar, esta parte obriga-nos a muita atenção e por vezes nem foi possível observar a beleza do percurso. A zona em que corremos junto a uma levada é muito bonita e depois a zona da cascata, consegui fazer toda esta zona sem molhar os pés, mas no subida final (que fiz com tração às quatro) a lama era tanta que foi impossível manter os pezinhos secos.

Quando cheguei ao alcatrão sentia-me bem e com forças, pelo que optei por seguir em bom ritmo de corrida até ao abastecimento de S. Lourenço da Montaria. No abastecimento não demorei muito tempo, parti acompanhado pela Cristina Carvalho e Pedro Marques, mas logo após a primeira rampa vou ganhando algum avanço, vou correndo nas zonas menos inclinadas e caminhando nas outras. Pouco depois alcanço o José Sousa das Lebres do Sado, queixa-se de uma dor no joelho esquerdo que o impossibilita de subir ao ritmo desejado, vou continuando a subir e afasto-me, a subida é longa mas não sinto dificuldades em progredir. Alcançamos o topo da serra aos 24 km, depois vem uma descida em calçada romana espetacular, infelizmente as descidas não são o meu forte (também não são as subidas), sou passado por alguns atletas, entre eles o António Ferreira, o José Simões e o José Sousa, eles descem como loucos, opto por ser mais cauteloso, mas travar nas descidas também faz estragos, as coxas começam a dar sinal… em 2,5 km passamos dos 813 metros para os 387, mais de 400 metros de desnível. Passagem pelo abastecimento dos 29 kms em Cerquido e o pior estava para vir… uma subida duríssima que nos leva à Srª do Minho. Começo a ter dificuldades na progressão, neste momento tenho como companheiro de aventura o António Ferreira, que vai fazendo um pára e anda constante, para se refrescar nas várias fontes naturais que vai encontrando, mesmo assim sobe melhor que eu. Depois de vencido o último morro passamos junto à capela da Srª do Minho e entramos numa zona sem grandes dificuldades até aos 36 km, local do último abastecimento sólido. Consigo chegar aqui com 5h30 e penso que a prova já está “conseguida”, puro engano.
O percurso aqui é um sobe e desce constante por pedras e trilhos que só o Carlos Sá consegue ver. As coxas começam a dar sinal, vou tentando gerir, mas já depois dos 40 kms, quando vou descendo um estradão e penso que já tinha ultrapassado tudo o que havia para ultrapassar, sou novamente surpreendido por um elemento da organização que nos informa que ainda faltam 5 kms… para irmos com calma, que era só subir mais 800 metros, depois era plano (só na cabeça dele) e depois seria a descida final. Cheguei a pensar que o percurso agora seguiria pelo estradão onde me encontrava, puro engano. As fitas indicavam à nossa esquerda a tal subida de 800 metros… e que subida, a inclinação é grande e alguém atrás de mim reclama que aquilo era uma escalada, vou progredindo com bastante dificuldade esperando que as cãibras não apareçam, sento-me um pouco numa pedra para dar descanso às coxas, volto o reiniciar a marcha (se é que se pode chamar marcha), em alguns obstáculos mais difíceis vou utilizando as mãos para ajudar à progressão, neste momento sou alcançado pela Cristina Carvalho que aparenta estar mais fresca que eu, vejo-a a afastar-se e ainda tento seguir na sua companhia, mas o corpo não deixa. Ao chegar à zona do último abastecimento bebo um gole de água do cinturão que transportava e imediatamente sinto cólicas e sou obrigado a vomitar, paro junto a uma pedra para me recompor, mas sinto fortes dores abdominais e um enjoo que não consigo explicar. Sabia que faltava muito pouco, sentia-me fraco mas não podia ficar ali, passo pelo abastecimento e “meti” um copo de Powerade na esperança que me desse forças para seguir. E lá vou eu serra abaixo, o estômago estava melhor, agora era só esperar que as coxas não fraquejassem, tudo aquilo que tínhamos subido no início agora era a descer, engane-se quem pense que a descida é feita num ritmo mais rápido que a subida, a primeira parte da descida é bastante técnica, só a meio é que se consegue correr. Olhando para baixo vê-se a igreja e ouve-se o som da chegada, já cheira a meta, as pernas estão a responder bem, vou ultrapassando quem agora vai em piores condições que eu, entrada no último km, agora é só estradão e a descer, corro a um bom ritmo, talvez rápido demais, mas o bichinho é assim…
Metros finais e lá está o pórtico e o campeão Carlos Sá para me entregar o prémio Finisher.
Completei esta aventura em 7h04:19, 130º lugar da geral masculina, em 331 atletas chegados.
Depois deste EMPENO, tinha que repor energias, mas o estômago teimava em não aceitar a oferta, várias vezes tentei mas o resultado foi sempre o mesmo. Os minutos foram passando e comecei a ficar apreensivo se a Otília conseguiria vencer a dureza desta prova, embora ela seja a única cá de casa que tem o passaporte dos 3 dígitos carimbado (completou os 100 km de Portalegre), mas como a prova teve uma dificuldade extrema a dúvida subsistia.
Seguiu-se o banho, este ano com muito melhores condições e pouco depois o José Oliveira, que devido a problemas respiratórios teve de abandonar as 21 kms (nem sabe do que se livrou) informou-me que a Otília já tinha terminado.
Mais uma vez ela triunfou, conseguiu vencer o desafio e completar a prova em 8h40:01, no 15º lugar da geral feminina, em 22 atletas chegadas.

Nota: para a próxima ler com atenção as indicações da organização

MUITO IMPORTANTE
· É preciso ter a condição física adequada às características desta prova de extrema dureza, que junta ao mesmo alta quilometragem, longa duração, terreno montanhoso, grandes desníveis, exposição ao sol, etc.
· É imprescindível beber em todos os abastecimentos e alimentar-se convenientemente.
· Devido às características tão especiais da prova, é recomendável a utilização de calçado e roupa adequada, corta-vento, boné, óculos e creme solar sempre que precisar.
· O participante deverá ter em conta a necessidade de levar abastecimento líquido e sólido adicional pessoalmente.
· Como amostra da dureza da prova prevê-se que os primeiros corredores completarão o percurso em cerca de 3:30h.

Obs: A organização pensava que os primeiros faziam 3h30, mas na realidade fizeram perto 5 horas…

Saudações Trailianas