terça-feira, 15 de novembro de 2011

A minha 3ª Maratona do Porto, e a 6ª Maratona


 E pronto consegui chegar ao fim da minha 6ª Maratona e a 3ª vez consecutiva no Porto, foi com bastante relutância que resolvi participar nesta 8º Maratona do Porto. Mas o Brito queria muito ir…….E eu pensei, se ele vai eu também VOU!
Por motivos dos horários dos meus filhotes, e também porque o meu grupo de treino anda muito desapegado, os meus treinos foram sempre pequenos, entre 8 a 10 km, 3ª e 5ª feira , e por vezes com o meu companheiro de treino o Sr. Luís Rei que é o meu “compincha” e a minha grande ajuda, lá íamos treinar também à 4ª ou à 6ª feira para fazermos 12 ou 13 km mas isso aconteceu duas ou três vezes. Os treinos longos ao fim de semana também tiveram algumas falhas, 1 porque fui fazer de guia no passeio/caminhada organizado pelo CLAC “Ultra rota dos Templários 45 km” (nem sequer fui á Meia – maratona de Ovar), e assim o treino mais longo que consegui fazer foi de 24 km……..! Era pouco, mesmo pouco! A minha ânsia aumentava de dia para dia! Eu sei que não há milagres, e não podia esperar facilidades nesta Maratona! Se por um lado na 1ª Maratona não sabemos o que esperar ou o que pudemos dar, quando temos alguma experiência, já sabemos o que vai doer e queremos sempre tentar melhorar ou Não piorar muito! Mas desta vez isso não foi possível.
E assim partimos para o Porto 9 atletas do CLAC, dois estreantes a Sandra e o Jorge, amigos rijos e muito persistentes, que iriam fazer tudo para chegarem ao fim com muita dignidade! A noite foi fria, e eu só desejava estar na partida depressa, porque depois de começar tudo passa! Dizia para o José Felício que não podíamos correr abaixo das 5’30 por km, mas isso não veio a acontecer.
O 1º km que é a “subir” foi feito em 5´20 e os outros até aos 15 km sempre dentro dos 5´10, 5´20, seja pela companhia ou pelo percurso mais fácil o ritmo ia bom fácil e descontraído sempre com muita companhia. A Ana Paula (Barreira) passou por mim logo aos 3 km e disse-me para ir com ela mas ela ia ainda mais rápido do que eu, e deixei-me ficar com o Felício, entretanto veio o Miguel Saraiva e batendo-me levemente nas costas disse-me – “ Otília….Esse ritmo vai muito rápido!” e eu disse-lhe que sabia!!! Mas continuei. Porquê?
Eu tinha consciência que não tinha capacidade para aguentar aquele ritmo por muito mais tempo, não percebo porque ia a correr assim, ou então cá no fundo sei o que era….Era o Pecado da GULA, era o desejo de conseguir fazer um grande tempo! De fazer mais uma maratona abaixo das 4h. Era o Desejo de me sentir uma atleta …..! Mas isso não aconteceu! E os pecados pagam-se caros. A meia maratona foi feita em 1’54, bom tempo! O retorno foi feito com muita dignidade e orgulho por ainda haver tanta gente atrás de mim. Mas quando cheguei aos 25 km no abastecimento antes da ponte Dom Luís havia vários atletas e eu perdi o Felício, de repente um cansaço enorme apoderou-se das minhas pernas e eu pensei que não iria conseguir acabar, o “Homem da Marreta” já estava em cima de mim veio muito cedo (malvado) e ainda faltava tanto! Lá fui correndo e tentando poupar as forças fui vendo os atletas no retorno, o Brito que já vinha com cara de cansaço (ele já vinha nos 30km) o Mário e o Jorge logo atrás. O Henrique, e atrás a Sandra que vinha concentrada na sua prova mas com força para me incentivar e eu a ela, e tantas outras caras conhecidas, ria-me, com vontade de chorar, cada vez que ouvia o meu nome, sentia-me tão embevecida. OBRIGADA a todos!
Quando dei a volta aos 28km pensei, corres até aos 30km e ai caminhas um pouco para tentares recuperar do cansaço e da vontade que tinha de vomitar, devido ao gel que tinha tomado. Entretanto chega-se ao pé de mim a Ana Paula que tinha feito uma saída (casa de banho) e diz-me que também já ia muito cansada e que me vai acompanhar. Chegamos aos 30 km e ao abastecimento a Paula diz-me para não pararmos para corremos mais lento ou caminharmos depressa, optei por caminhar rápido, pois isso ajudava muito recuperei um pouco e lá começamos a correr outra vez não podíamos passar no local com mais público a caminhar (ao lado da ponte Dom Luís). Passamos no túnel e vem a parte dos paralelos as minhas pernas e articulações das ancas parece que se desarticulavam todas. As minhas forças estavam no limite, já não dava mais, sinto-me triste porque nem na minha 1ª Maratona tinha sofrido tanto e agora na minha 6º Maratona ali vou eu a arrastar-me. Mas por outro lado também me sinto contente e feliz por fazer parte daquele grupo que teve coragem para partir para mais uma Maratona e pensei para mim mesmo, “Orgulha-te do pouco que consegues fazer, pois nunca pensaste fazer tanto”! E foi com esse espírito e Alegria que fui correndo lentamente aos 36km encontrei o meu colega de equipa o Henrique que tinha levado com o homem da Marreta “nos pés” dizia ele e que mal podia caminhar. Eu e a Ana Paula lá fomos, rindo e dizendo disparates, ela dizia-me que tinha saudades das pedras, da lama, das subidas e descidas malucas, que este alcatrão era demasiado para nós! E eu dizia-lhe que estava um dia fantástico cheio de sol bom para correr e nós ali a arrastarmo-nos. Quando chegamos aos 40 km ia tão mal só pensava em caminhar, mas um colega disse-me que agora não podíamos parar já estávamos no final! Era o final mas sempre a subir! Mas lá cerrei os dentes, e lá fui correndo e começando a ver os pórticos lá no fundo, a Ana vinha esgotada disse ao meu colega para ir embora que eu esperava pela Ana, agora estava eu a sentir-me melhor (era por ver 0s pórticos lá no fundo) e a Ana pior ela dizia-me para eu ir, mas eu disse-lhe que tínhamos feito tantos km juntas e que ela foi tão querida quando eu ia tão mal aos 30 km, e ela esperou por mim, agora era a minha vez de esperar por ela e que iríamos acabar a prova juntas! E assim foi, chegamos aos últimos 195 metros, agarrei na mão dela e lá fomos no nosso melhor Sprint, cheias de Alegria e Orgulho! No final A Ana só me dizia “esta foi até ao OSSO”! E foi mesmo!
Mais uma vez consegui chegar ao Fim de mais uma Maratona a minha “6ª MARATONA” com o meu pior tempo 4’14’49 mas dei tudo o que podia, não deu para mais! A sensação de Orgulho de ter a coragem de estar na partida e conseguir chegar ao Fim é Imensa e faz valer a pena pelo grande Empeno que levei.
Venha a próxima, Venha Barcelona!
A todos agradeço todas as palavras amigas que me foram dadas antes, durante, e depois da Maratona.
Beijocas Maratonistas

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

8ª Maratona do Porto

E pronto já está mais uma Maratona feita pelos EntroncamentoRunners…… e esta foi até ao osso.


A Maratona é a distância mítica no mundo do atletismo é uma das provas mais longas, desgastantes e difíceis do calendário olímpico, é uma corrida disputada na distância de 42 195 metros.
Mais importante que pódios ou vitórias são a coragem e a determinação dos milhares de atletas que alinham na linha da partida de tão difícil prova, com a vontade de com maior ou menor dificuldade percorrer a lendária distância e foi precisamente isso que os EntroncamentoRunners fizeram no passado dia 6 de Novembro, quando alinharam na 8ª edição da Maratona do Porto, a maratona mais participada de Portugal.
Correr no Porto é um prazer e quando se está acompanhado por amigos, durante e ao longo da prova então o prazer é em dobro.
(Foto: Joaquim Margarido)
Apesar de ainda jovem a Maratona do Porto já se conseguiu impor no panorama desportivo nacional e internacional, contando este ano com cerca de 2000 atletas inscritos. O percurso é bastante agradável e rápido, com início junto ao Palácio de Cristal, passando em seguida pela rotunda da Boavista, Casa da Música, Estádio do Bessa, Castelo do Queijo, Edifício Transparente, Alfandega do Porto, pela centenária ponte D. Luís, pela Afurada com os seus barcos rebelo, pela Ribeira, pela Foz, terminando junto ao Parque da Cidade, na Avenida do Parque.
Esta edição foi um sucesso, terminaram a prova um número recorde de atletas, no total foram 1489 a cruzar a linha de meta, mas a prova foi dominada por atletas quenianos e Philemon Baaru venceu estabelecendo um novo recorde da prova com a marca de 02h09:51, no sector feminino Pauline Chempchumba venceu com alguma facilidade terminando a prova em 02h41:24.
Quanto aos nossos resultados, eu terminei em 473º com o tempo de 3h29:29, não foi o resultado que esperava, mas uma vez mais se provou que a teoria do porquinho mealheiro (ganhar alguns segundos por km nos primeiros 30/35kms) não é a melhor forma de abordar uma maratona (depois temos de pagar nos kms finais e com juros elevados), no meu caso foi os últimos 2 kms que foram percorridos a passo a uma velocidade de 8'/km.
a Otília concluio em 1190º com a marca de 4h14:49, também para ela a prova não correu pelo melhor, fez a sua pior marca na distância, mas mesmo assim acabou com um sorriso acompanhada pela amiga Ana Paula da Barreira.