quinta-feira, 9 de agosto de 2012

EntroncamentoRunners Actualizações


Confesso que após a minha desistência nos 100 km de Portalegre (Ultra Trail Serra de São Mamede), no dia 19 de maio a minha vontade de atualizar o “EntroncamentoRunners” diminuiu.

100 km de Portalegre Ultra Trail da Serra de São Mamede (UTSM)

Foram alguns meses de treino para o “grande objetivo” a Ultra Trail da Serra de São Mamede (UTSM), prova da responsabilidade do Atletismo Clube de Portalegre (ACP), e que percorreu caminhos e trilhos agrícolas com partida e chegada em Portalegre com passagem por Reguengo, Alegrete, alto de São Mamede, Apartadura, Porto da Espada, Portagem, Marvão, Castelo de Vide, Carreiras e Cabeço do Mouro, prova bastante dura que teve um desnível positivo de 3400  metros, realizada em semi-autonomia e com 24 horas como tempo limite.
Afinal tudo ficou pelo caminho quando cheguei cerca dos 50 km (Porto da Espada) e tive de desistir com uma dor no joelho esquerdo, dor essa que nunca tinha tido, mas que naquele dia me apareceu depois da descida das antenas (30 km) e não mais me largou. Quando cheguei a Apartadura (40 km) tomei a decisão que iria abandonar no abastecimento/controlo seguinte aos 50 km. Optei por iniciar um ritmo de marcha e muitos foram os atletas que me foram passando e encorajando, mas as dores não cessavam e ainda nem a meio da prova estava.

Sabia que cada vez sentiria mais dores e que mesmo em marcha dificilmente conseguiria terminar nas 24 horas limites, a melhor opção seria abandonar. Ao chegar ao abastecimento de Porto Espada (50 km) fiquei à espera da minha Otília para lhe dizer que para mim a aventura tinha terminado. Foi muito duro para mim não conseguir acompanha-la mas a minha decisão já estava tomada.
 

As semanas que se seguiram foram de paragem e só voltei a correr na “Corrida do Mirante”

11ª edição da Corrida do Mirante

Esta foi a segunda vez que os EntroncamentoRunners correram na Ota, no dia 3 de Junho participámos na 11ª edição da Corrida do Mirante, em Ota, concelho de Alenquer.
Após o meu abandono na UTSM estive sem treinar duas semanas este seria o meu regresso aos trilhos, o percurso da prova que se desenrolou na serra de Ota foi percorrido por dezenas de participantes e foi bom voltar a ver caras conhecidas. Os 12 000 metros do circuito desta prova que já conta com grande tradição no circuito do atletismo, nomeadamente na vertente trail, são um misto de estradões e pequenos trilhos, o percurso ideal para testar o joelho.
Fiz uma partida calma e depois da primeira grande subida as sensações eram boas comecei então a aumentar o ritmo, a confiança foi aumentando o joelho não deu sinal e no final conclui no 43º lugar com a marca de 1h09’11’’.
 A Otília viria a terminar na 146ª posição com o tempo de 1h29’21’’.

No final uma excelente massagem, um banho e um churrasco à moda “assa tu”.


Trilhos Loucos da Reixida

A 24 de junho voltámos à Reixida para participar nos 3ºs Trilhos Loucos e não fomos os únicos, pois estiveram mais de 250 atletas presentes. A prova deste ano na distância de 19,5 kms foi ainda mais dura que a do ano passado, não só pelo dia extremamente quente mas também pelos trilhos técnicos e fantásticos cheios de subidas e descidas na Serra da Maunça e da Senhora do Monte, onde não faltou a passagem dos atletas dentro do rio Lis.
A partida dada dentro da localidade foi propícia a ritmos elevados, com os dois kms iniciais corridos na casa dos 4’15/km, o objetivo era não ficar “preso” nos trilhos mais técnicos.
Já na serra o ritmo foi mantido rápido, talvez até rápido demais, mas a companhia era boa havia que aproveitar.
O dia estava bastante quente e depois da passagem pela Senhora do Monte ao iniciar a subida onde temos o auxílio de uma corda, senti que as pernas estavam a fraquejar (talvez das semanas que estive sem treinar), em seguida descida rápida por estradão para subir em seguida um pequeno morro. Aqui voltei a sentir a zona dos adutores a dar sinal. Passagem pelo último abastecimento e novamente descida até ao rio. A primeira passagem pelo rio foi um misto de choque e de golfada de ar fresco, a água do rio estava gelada o que até soube bem (devido ao dia extremamente quente) mas ao sair para recomeçar a correr foi bastante difícil, é nesse momento que sou alcançado pelo Marco Melo que me encoraja a correr. Volto novamente a correr mas pouco depois já estou novamente dentro do rio, aqui o choque é menor, no entanto as pedras escorregam e a progressão é difícil.
Mais uns metros e saída do rio, corro por um estradão junto às hortas e pouco depois termino no 67º lugar com 2h14’18’’, abasteço no final e dou os parabéns ao Adelino (organização) pela excelente prova, sem dúvidas a melhor de todas as realizadas. Pouco tempo depois é a vez da Otília transpor o zona do rio e terminar a sua prova no 195º lugar com 3h00’19’’.
Em seguida fomos tomar um merecido banho, só que desta vez já não foi no rio e recuperar as forças com uma feijoada. Aqui voltei a não estar ao meu nível, com o calor e após o esforço perdi o apetite e comecei a sentir-me bastante enjoado (nada que não me tivesse já acontecido)

3º Trail do Almonda

No dia 8 de julho, numa manhã de sol mas com vento forte os “destemidos” EntroncamentoRunners rumaram até à localidade de Vale da Serra - Pedrogão, para participarem no 3º Trail do Almonda, prova organizada pela câmara municipal de Torres Novas e que se desenrolou em plena serra D’Aire e Candeeiros.
A prova principal apresentou um percurso de 30 km que intercalou os estradões rolantes com os trilhos mais técnicos, onde não faltou a subida do vale Garcia, passagem no delta da Goucha Larga, nas antenas, descida do vale do Fojo e pedreira de espanhol.
A partida este ano fez-se no Vale da Serra, o ritmo imposto foi rápido para não afunilar na descida do arrife na nascente do Almonda, nos primeiros kms tudo conforme o planeado, até que cerca dos 4,5 km percebo que me enganei (e não fui o único). 
Ao chegar ao alcatrão vejo o grupo dos primeiros a aparecer do lado esquerdo, alguns momentos de confusão… e decido voltar atrás até encontrar o abastecimento e ai entro no grupo da 1ª senhora. Nestes kms iniciais tenho a companhia de um estreante do CLAC, o João Santos. Os ritmos iniciais são bons (quero dizer rápidos), as dificuldades são poucas e lá vamos seguindo até à subida do Vale Garcia. Ligeira paragem no 2º abastecimento e toca a correr, a subida faz-se a bom ritmo, lá em cima passagem pelo Delta da Goucha Larga e início de uma descida corrida aa ritmos alucinantes (4’10’’/km). Mais uma ligeira paragem no 3º abastecimento e toca a correr, a vontade era tanta que acabei por seguir um trilho errado, o que me fez perder algum tempo e algumas posições. Ao entrar no trilho certo alcanço o meu colega de clube Marçal Silva, iniciamos a subida que nos irá levar às antenas. Seguimos juntos, mas ao chegar ao topo o Marçal dispara para a descida do Vale do Fojo, tento seguir o ritmo dele e forço o andamento correndo alguns riscos devido ao piso técnico. Pouco depois o Marçal faz uma entorse que o obriga a segui num ritmo mais calmo. Passo para a frente e vou descendo, descendo, descendo, o Vale do Fojo nunca mais termina, começo a sentir as coxas a arder o piso é demasiadamente técnico o que me obriga a não tirar os olhos do chão e lá vamos correndo. Passagem pelo último abastecimento e o percurso é agora a subir, já não consigo correr… sou passado por alguns atletas. Passagem pela pedreira do espanhol e início de uma brutal descida com uma inclinação impressionante, as minhas coxas já não estão nas melhores condições o que me obriga a correr a um ritmo controlado. No final da descida sou alcançado pela Vitorina Mourato, agora já faltava muito pouco para o final, sigo esta excelente atleta mas numa ligeira subida ela consegue ganhar-me alguns metros de vantagem que mantém até final.
Terminei no 57º lugar com 3h19’21’’ num percurso mais duro que nas edições anteriores, mas também mais bonito, a Otília viria a terminar na posição 250º, com o tempo de 4h40’45’.