terça-feira, 29 de agosto de 2017

IX Trail Nocturno Lagoa de Óbidos

Mais uma participação no Trail Nocturno Lagoa de Óbidos.

12-08-2017
Desde que tinha comprado o meu novo frontal Petzl NAO ainda não tinha tido a oportunidade de participar em nenhum evento de trail, apenas algumas corridas nos trilhos do Bonito na companhia dos amigos do C.A.S.P.A.
O IX Trail Nocturno Lagoa de Óbidos era a prova ideal para testar o material, mas o que mais me assustava era a falta de treinos longos e como a prova não é muito técnica teria de gerir muito bem para não correr demasiado rápido.
Saída de casa acompanhado da Otília (que este ano não correu) rumo a Óbidos, chegámos a tempo de estacionar, percorrer as ruas da vila com calma, levantar o dorsal e depois de ouvir as orientações dadas pela organização deu-se pelas 20h00 a partida simbólica junto às muralhas do castelo.
O primeiro troço dentro da vila foi feito a passo e depois em corrida lenta até que todos os atletas se agrupassem junto ao pórtico da partida que estava colocado junto a um pomar já fora de Óbidos.
Assim que é dada a partida uma nuvem de pó surge no ar devido aos cerca de 400 atletas alinhados à partida. Saí num ritmo lento, pouco tempo depois já estava a atravessar uma ribeira e a subir uma encosta junto a uma barragem, em seguida um afunilamento com cerca de 10 minutos parado e alguns "espertos" a não respeitarem a ordem da fila, chego ao obstáculo e afinal era só umas pedras que se tinham de escalar e depois foi entrar num trilho e seguir caminho, só a partir daqui é que foi necessário ligar o frontal.
Como tinha perdido algum tempo tentei correr mais rápido para recuperar, sabendo que poderia estar a dar um tiro nos próprios pés, mas eu sou assim... penso sempre que o homem da marreta me vai deixar passar e toca a correr.
Passo pelo primeiro abastecimento, onde estava a Otília a dar-me força e nem parei pois tinha o cinto de hidratação com bastante líquido, sigo correndo e vou ultrapassando alguns atletas que conheço. 
A noite está fresca e vou desfrutando bastante da corrida, depois do segundo abastecimento alcanço a Glória Serrazina, opto por seguir ao seu ritmo e vamos conversando sobre trilhos, maleitas e ainda assisti a uma queda desta grande atleta que em menos de um segundo já estava de novo a correr... fomos seguindo e num trilho a caminho da passagem por Óbidos fui ganhando vantagem e lá fui seguindo o meu caminho, mal eu sabia que o caminho iria entrar por uma linha de água, 500 metros num percurso aquático que obrigava a um passo lento, porque a água era turva não se conseguia ver o fundo e por vezes havia fundões em que a água chegava aos co!#ões, o cheiro também não era muito agradável mas só havia uma solução, seguir em frente.
Aquele troço demorou cerca de 15 minutos, não gosto muito de correr com os pés molhados e com areia dentro das meias, fica difícil manter o ritmo ainda por cima porque estávamos a passar pela subida mais difícil do percurso, mas eu já a conhecia do ano passado (este ano até me pareceu menor) e sabia que depois iria estar no abastecimento dos 24 km.
Chego ao 3º abastecimento com 3 horas e vejo a Otília, que me foi atestar os bidons enquanto eu tirava a areia das meias e sapatilhas, o ritmo estava dentro do que tinha previsto 8 km/h mas ainda faltavam 18 km.
Agora vinha a parte com mais estradão que nos obriga a correr, tinha de beber, comer e gerir porque agora é que começava a prova. 
Ao nível muscular sentia-me bem e conseguia continuar a correr, mas sabia que tinha de intercalar com partes em caminhada aproveitando para me hidratar. Chego ao último abastecimento aos 34 km e encontro alguns atletas em dificuldade para subir os degraus que dão acesso ao abastecimento, tento perder o menos tempo possível, encho os bidons, bebo dois copos de coca-cola e como dois cubos de marmelada e saio em seguida.
A saída do abastecimento é feita por um trilho técnico que nos leva às margens da Lagoa de Óbidos e ao chegar à lagoa começo a sentir cólicas abdominais e uma sensação de vómito, pensei que estava tramado porque ainda faltavam 8 km para a meta, opto então por seguir no próximo quilómetro em ritmo de caminhada para tentar acalmar o estômago. Aos pouquinhos fui começando a correr e as cólicas passaram, consegui voltar a correr e mesmo nos troços de subida conseguia correr, aos poucos fui me aproximando de Óbidos e já bem perto do castelo estava a minha Otília a perguntar se estava tudo bem e a dar-me força para enfrentar o último quilómetro.
Passito, passito, suave, suavezito lá fui subindo a estrada de acesso ao castelo para terminar mais uma aventura que teve 43 km e foi corrida em 5h43:01, classificando-me em 155º lugar em 290 atletas chegados.
Mas o mais importante foi ter chegado em boas condições (o que nem sempre acontece) e terminar pela quinta vez o TNLO.

Nota 1: O homem da marreta hoje ficou a dormir heheheh
Nota 2: Sobre o frontal a minha opinião é que é bastante bom, com boa adaptação à cabeça e com uma luz bastante forte permitindo correr sem preocupações 

Sem comentários: